FERIDAS NA CRACOLÂNDIA
Rua Barão de Piracicaba, Cracolândia, centro da capital paulista. O mês de janeiro, e o cenário desolador. Cerca de 200 pessoas comercializam pedras de crack a céu aberto. Os preços variam de 5,00 a 10,00 reais. O fogo do isqueiro denuncia a dependência, o cachimbo passa de mão em mão e, em segundos, a euforia aparece: são gritos, olhos esbugalhados, corpos sujos e esquálidos, olhares perdidos.
Ainda é este o cenário da Cracolândia, cerca de dois meses depois de inciada a Operação Sufoco da Polícia Militar de combate ao tráfico de drogas na região. Essa ação foi duramente criticada por entidades de direitos humanos, pelo uso sistemático da violência: bombas de gás, balas de borracha, etc...
Para o desembargador do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, Antonio Carlos Malheiros, a operação na região do bairro da Luz foi um dos maiores equívocos dos últimos tempos.
Longe do Poder Público, entidades católicas, há muito tempo, contribuem na recuperação de dependêntes quimicos. Gilson Frank, missionário e estudante de teologia diz: "Nossa ação concreta é estar com os irmãos, é ouvi-los". "Eu sei muito bem o que é estar jogado naquele lugar sujo". "Não sinto mais vontade de usar drogas porque sei muito bem o que ela causou na minha vida, as coisas que eu perdi". Gilson se recuperou, estuda tepologia e, se prepara para ser sacerdote.
RAIO X DA CRACOLÂNDIA
47% SE SUBMETERIAM A TRATAMENTO
62,3% QUEREM PARAR DE USAR DROGAS
18,9% NÃO DESEJAM INTERROMPER O CONSUMO DA DROGA
60% DOS USUÁRIOS SÃO HOMENS
40% SÃO MULHERES E, DESTAS, 10% GESTANTES
1,3% AFIRMOU TER SOFRIDO ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA
6% AFIRMOU TER SIDO VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS
MAIS DA METADE PRESENCIARAM MORTES
Unidade de Pesquisa em Alcool e drogas da Universidade Federal de São Paulo.
Acesse o site da Revista Família Cristã e tenha mais informações: www.fc.org.br ou www.paulinas.org.br

Olá Maria de Lurdes,
ResponderExcluirMuito legal trazeres para o debate esse assunto das Cracolândias que vem ganhando destaque nos principais noticíarios e jornais pelo país. Mas acho interessante questionarmos se de fato esses "aglomerados" de pessoas em determinados pontos da cidade são tão novos assim, ou se devido a uma campanha que deseja ser promovida, a mídia dá mais destaque para o que passa de chamar de Cracolândia, só agora?!
Precisamos dar mais atenção pra esse assunto, especialmente nós que trabalhamos com jovens, que são os principais afetados nesse processo de drogadição.
Abraço
Patrícia
Boa noite.
ResponderExcluirVitímas ou culpados? Como podemos ver a realidade de violência muitas vezes leva ao consumo de drogas em busca de paz, mas o que encontram é mais violência e sofrimento. Acredito que muitos querem parar, mas dos 47% um percentual muito pequeno deixaria definitivamente as drogas se voltasse para a mesma realidade.